Frente Ambiental da Feira da Musica 2012 (Fortaleza/CE) – Nos Ambiente
1 – História do Movimento Ambientalista e Cultura
Inicialmente, o ser humano obtinha relações íntimas com o meio que o cercava. À medida que as civilizações foram ‘evoluindo’, e que o capitalismo se consolidou como sistema de produção, as relações homem-natureza se distanciaram cada vez mais, fazendo com que os meios naturais passassem a ser vistos como recursos mensuráveis economicamente.
A nível mundial, visando a preservação para as próximas gerações, na década de 60 com o surgimento e popularização do movimento ‘Power Flower’ começa a se categorizar o movimento ambientalista enquanto movimento social, gerando protestos e mobilizações sociais que passam a chamar a atenção dos governos, levando a ONU a realizar a Conferência de Estocolmo em 1972, a primeira conferência que teve como tema central Homem e Meio Ambiente. O principal legado de Estocolmo foi o inicio do reconhecimento de órgãos públicos em tratar as relações entre humanos e natureza como objetivos de politicas públicas.
Com toda essa efervecência internacional sobre a pauta ambiental, não demorou muito a chegarem ao Brasil tais influências, que começaram ainda no final da década de 70 a oxigenar o que posteriormente viria a ser o Movimento Ambientalista Brasileiro, com influências de organizações primárias do Sul do Brasil e do Rio de Janeiro, influenciaram posteriormente novos grupos a se organizarem.
Em meio a isso, era forte a pressão internacional para o Brasil assinar acordos internacionais sobre clima, conservação e preservação ambiental, inclusive na Amazônia, que ao final da década de 80 começou a receber mais e mais a presença de ONG’s na região.
Tal atenção, começou a ganhar destaque por conta da intensificação dos conflitos entre madereiros, indígenas, grileiros, mineradores, traficantes de animais, e ambientalistas que passavam a interferir na comunidade local, com intuito de atuar contra tais exploradores.
Em 1992 acontece no Brasil, o que foi um marco para o movimento em nível mundial: A Eco92. Que, muito mais do que um encontro de chefes de estado da ONU, foi a primeira grande plataforma de encontro e diálogo com amplitude de movimentos sociais, culturais, ambientais. Durante a Eco92, movimentos que antes dialogavam somente em momentos de pautas em comum, passaram a dialogar sobre suas pautas, e a transversalizar essas relações.
Da Eco92 a Rio+20 muita coisa aconteceu, desta série de dialogos iniciados surgiram campanhas, movimentos, redes de Meio Ambiente, Juventude, Permacultura, e diversas outras frentes, deixando ao longo destes 20 anos como um dos principais legados, as relações amistosas entre os movimentos culturais e ambientais. Tudo isso, fazendo com que durante a Rio+20 o Movimento Socioambiental das Culturas se concretizasse, tomando corpo e se fortalecendo.
No contexto atual, por um lado vivemos os piores retrocessos ambientais em toda história do Brasil, por outro o país experimenta momentos onde o colaborativismo, as co-criações, o trabalho coletivo e as novas formas de se ter e fazer diálogos remodelam e modificam dia após dia o que entendemos por relações socioambientais.
Sendo assim, valorizar a cultura, identidade, princípios dos múltiplos grupos que compõem uma sociedade se faz extremamente necessário. Também é de muita importância evidenciar e preservar os costumes que ainda persistem em constante diálogo com a natureza.
2 – Histórico e Apresentação do Nós Ambiente FDE
Desde os primeiros coletivos, que posteriormente vieram a fundar a Rede Fora do Eixo (FDE), cada um em seu contexto/realidade local, constituiu uma rede de parceiros e colaboradores, e dentre estes já havia a preocupação de se aproximar das questoes socioambientais.
Como exemplo temos o Coletivo Goma (Uberlandia-MG) que ainda em 2008 estabeleceu parceria com a ONG Angá (Udia-MG) desenvolvendo em parcerias projetos ambientais e culturais para conservação ambiental.
Dentro deste contexto, e com a fundação da Rede Fora do Eixo, a preocupação em trabalhar Cultura e ambiente em uma perspectiva transversal foi ganhando novos adeptos e já no Primeiro Congresso Fora do Eixo em Cuiabá as preocupações ambientais e as novas formas de se relacionar com o ambiente a partir de ações culturais foram temas inseridos nos debates sobre Economia Solidária, que contou com a presença do economista Paul Singer.
De 2008 para 2009 com a expansão da rede, novos coletivos trouxeram sua pegada para dentro da rede, e no congresso realizado em 2009 em Rio Branco (AC) o que viria a ser a frente socioambiental do Fora do Eixo – Nós Ambiente, começou a ser idealizada, agindo mais forte dentro da Fora do Eixo Card (Atual Banco FDE), e junto a estas experiências, uma começava a se destacar, o GECA (Grupo de Estudos de Causas Ambientais) sediado no Coletivo Difusão Amazonas – Manaus (AM).
A partir do II Congresso FDE, 2009, a rede se tornou cada vez mais ampla, fortalecendo as novas propostas que surgiam e, juntamente com o tempo e os trabalhos que viam sendo desenvolvidos, já no III Congresso FDE em Uberlândia (MG) 2010, dentre as várias abordagens do Fora do Eixo que vinham crescendo, a preocupação ambiental foi pauta forte, já na recepção dos congressistas, o Kit que eles receberam continha uma bolsa de Lona Reciclada (utilizando banners do Festival Transborda de BH/MG), uma caneca Plástica (evitando o uso de copos descartáveis), Cards para a refeição (economia solidária) e toda a programação, impressa em papel reciclado. Dentre estes materiais que os congressistas receberam o Regulamento Interno do III CFE trazia apontamentos claros para as novas relações socioambientais que vinham sendo estabelecidas. No III Congresso FDE houve uma reconfiguração da organização do FDE, em simulacros, frentes temáticas e produtoras.
Dentro disto, vários núcleos que vinham sendo experimentados e gestados, tais como Teatro, Meio Ambiente, Cinema e outros, se tornaram frentes produtoras, e neste cenário surgiu o Nós Ambiente, a frente socioambiental do Fora do Eixo, responsável por pensar e articular ações e parcerias, que transversem cultura e meio ambiente, pensando ações para sedes de coletivos, festivais, mostras, indíviduos e as diversas atividades que o FDE e parceiros desenvolvem em seu cotidiano.
Desse modo, responsabilidade socioambiental também é um dos enfoques do Circuito Fora do Eixo (FDE). Que a partir do momento que pensa cultura como modo de vida relaciona-se organicamente com o Meio Ambiente.
A Rede Fora do Eixo já se propõe há alguns anos a desenvolver tecnologias e trabalhar em busca da valorização e proteção da diversidade/multiplicidade de culturas em todo o país. Dentro da sua Carta de Princípios, estabelece como diretrizes e premissas relacionadas com o Meio Ambiente:
– Estimular ações considerando o impacto ambiental e impulsionar as práticas de preservação, incentivando a utilização sustentável dos recursos renováveis;
– Estimular a autocrítica, a humildade, a honestidade e o respeito nas relações sociais e ambientais;
O ‘Nós Ambiente’, enquanto frente socioambiental, se apresenta com objetivo de ampliar esse discurso e trazer essa construção de uma cultura ambiental. Nessa cartilha, apresenta de forma mais detalhada sua forma de trabalho e seus objetivos. Tudo isso, por entender a necessidade de que se trabalhe cada vez mais a sociedade no sentido de se criar tal modo de vida, antes que mais sinais drásticos sejam emitidos pela natureza, que o modelo de desenvolvimento descontrolado esgote os recursos ainda existentes. Para o período 2012/2013, a frente elaborou seu Programa de Sistematização com intuito de organizar seus aplicativos e projetos prioritários.
Entender que Cultura e Meio Ambiente jamais se separaram, parte do princípio de que a cultura surge do ambiente que a influencia, seja o rural do Brasil profundo, seja o urbanóide das grandes capitais. Cultura Ambiental é um conceito que necessita ser trabalhado cada vez mais na sociedade, visto que somente a partir da busca por um modo de vida que valorize saberes ancestrais, alie tudo à tecnologias de melhoria da qualidade de vida e procure impactar minimamente o meio em que se insere, é possível falar em uma nova ótica de mundo.
A discussão acerca de questões ambientais como práticas culturais e sociais, cada vez mais abordadas em sociedade por meio de processos comunicacionais, está sendo suporte na busca pela sensibilização ambiental para que tal caminho faça cada vez mais parte cotidiano da sociedade atual.
A cultura ambiental é uma dentre todas manifestações culturais, mas deve ser pensada como uma das mais importantes na contemporaneidade, pois está diretamente ligada ao planeta como um todo. Junto ao que se denominam práticas sociais e culturais, é necessário que se incluam as ambientais, formando as práticas socioambientais. Tais hábitos também estão vinculadas ao conceito de cidadania, aos direitos e deveres dos indivíduos em relação ao ambiente onde vivem.
Diante da amplitude a que o diálogo socioambiental se propõe, são diversas as áreas de atuação que tal frente pode abarcar. Na esfera das práticas cotidianas dos indivíduos, é preciso buscar uma maior sensibilização, refletir sobre as questões ambientais a partir dos diversos sistemas sociais e culturais, devido à complexidade do tema e das várias dimensões envolvidas (econômica, política, social, cultural, ética, etc.).
Dessa forma, à medida que as pautas socioambientais foram ganhando amplitude no cenário atual, sentiu-se necessidade de fazer parcerias e expandir o campo de diálogos e ações. Entre essas vieram, por exemplo, Movimento Brasil pelas Florestas, Greenpeace, Fundação SOS Mata Atlântica, Movimento Xingu Vivo, Fica Ficus, Ong Guajiru, Movimento Água e Espiritualidade, Instituto Socioambiental (ISA), Cresertão,, Mucuras Verdes, 350.org e muitas outras organizações de expressão nacional a movimentos que defendem pautas locais.
3 – Ações e Parceiros
Tal frente tem como objetivo principal oferecer ferramentas de transformação socioambiental. Utilizando-se das tecnologias já desenvolvidas pela Rede Fora do Eixo, e trabalhando na construção de outras voltadas especificamente para o cenário socioambiental nacional. Essas ferramentas são trabalhadas em 05 perspectivas principais:
– O indivíduo e as interações ambientais que ocorrem em seu meio. Buscando despertar percepção ambiental, demonstrando cada ser como parte mínima de um todo, mas capaz de interferir significativamente.
– Sedes\Estruturas coletivas, multiculturais e acessíveis a todos, onde são trabalhados conceitos e práticas com enfâse na construção de cultura ambiental.
– Eventos, festivais, feiras e encontros, promovendo discussões, formações e uma plataforma inovadora na circulação de conhecimentos técnicos e tradicionais, trazendo a formação pela formação livre como ponto chave.
– Politicas: de rede; públicas, de meio ambiente, de relacionamento com o estado, que se transformem em tecnológicas sociais, que discutam e promovam o diálogo com todos.
Desde o ano passado, a participação mais próxima aos movimentos ambientalistas nacionais trouxe mais legitimidade a alguns processos e trocas riquíssimas. Entre as mobilizações em que a frente esteve presente é possível citar a participação em alguns debates na Rio+20; e a direta participação na articulação e execução da “Marcha a ré” contra os retrocessos socioambientais brasileiros, parte da campanha: “Rio+20: Dilma, com que cara você chega?”; a campanha #VetaTudoDilma, que lutava contra os retrocessos do novo (atual) Código Florestal Brasileiro; a campanha “Dilma, Dê este Presente Para Macapá, aprove a reforma do Parque Zoobotânico!”.
Marcha a Ré e Debates durante a Rio + 20
Ainda em 2013, outra campanha em que a frente assumiu um papel de mobilização foi a Consulta Pública para a construção do PROGRAMA NACIONAL DE JUVENTUDE E MEIO AMBIENTE, que inicialmente foi encabeçada pela REJUMA – Rede de Juventude e Meio Ambiente, e que na reta final, o Nós Ambiente fez uma movimentação na rede por meio de Pós Tvs que debatiam a consulta e levantavam opiniões sobre, convidando a sociedade a tomar ciência da construção de tal programa bem como a opinar na sua construção por meio do site que estava aberto a tais colocações.
Através da Pós Tv, uma plataforma de rede, que faz transmissões de TV via internet (streaming), a frente realiza não só programas, como campanhas, debates e transmissões sobre temáticas socioambientais, abertas e gratuitas, sendo acessível ao público de qualquer idade e formação, que, junto com as mobilizações via redes sociais, criam cada vez mais ações, plataformas e agregam novas pessoas e instituições, constituindo meio efetivo e rápido de disseminação e acesso de informações.
Nas sedes, casas e coletivos o foco maior é estar desenvolvendo práticas de sustentabilidade junto a parceiros, criando verdadeiros laboratórios de tecnologias socioambientais, espaços práticos de educação socioambiental, com objetivo de estar repensando a relação consumo individual versus consumo coletivo, a vida coletiva, a sustentabilidade coletiva.
Jardinagem na Casa FDE São Paulo
Entre as diversas ações culturais realizadas pela Rede Fora do Eixo, o Nós Ambiente sempre está pensando em campanhas socioambientais direcionadas à construção e melhoramento de narrativas ambientais dentro de tais ações.
Um dos aplicativos da frente é o Cardápio Nós Ambiente, uma espécie de manual que se propõe a elencar os aplicativos desenvolvidos pela frente de modo a possibilitar que sejam decupados, facilitando a aplicação das tecnologias desenvolvidas pela frente entre agentes, produtores, coletivos. Tal aplicativo está em processo de atualização e em breve estará disponibilizado em um novo formato, mais completo.
Na construção de um diálogo socioambiental, o link entre o audiovisual e a Educação Ambiental é de grande valia. Não são poucas as produções que questionam o modo de vida atual e os problemas ambientais que o planeta enfrenta atualmente. Aliando-se tais trabalhos à promoção de um debate bem embasado, o audiovisual tem sido uma frente forte, em parcerias e lutas socioambientais, bem eficaz na difusão do ideal sustentável. Pensando nessa conexão, a frente mantém o Banco de Vídeos Nós Ambiente, onde estão disponibilizados vários vídeos produzidos pelo Fora do Eixo, outros por parceiros, e alguns que são de importância para aprofundamento acerca das questões socioambientais.
Especificamente em relação às plataformas da rede, a frente trabalha campanhas que visam apresentar alternativas de construção de espaços mais sustentáveis. Esse ano duas que tiveram grande ênfase, foram as Campanhas “Grito Verde”, visando disseminar tecnologias de medidas mitigadoras junto a produtores do Festival colaborativo Grito Rock, e a “Celulose”, realizada durante as Sedas (Semana do AudioVisual), festival colaborativo e abertos de cinema com grande inserção e circulação de trabalhos independentes e autorais nacionais e internacionais, utilizando esta plataforma para circular filmes, documentários e divulgar ações socioambientais que estejam trabalhando diretamente com a formação crítica do público, além de levar soluções para a realização de um festival sustentável.
Ainda dentro do plano de ação da frente, as SENA’s (Semanas Nós Ambiente) foram criadas para serem plataformas de diálogos, mobilizações sociais e educação ambiental, que sendo realizadas pela sociedade civil, em articulação com o poder público e setor privado, trazem para discussões coletivas os conflitos socioambientais do território e buscam soluções para o questionamento de como estes 3 agentes sociais podem agir para encontrar e realizar ações que iniciem os processos de resolução destes conflitos, com planos a curto, médio e longo prazo, sempre com o monitoramento da sociedade civil, assessorada pelo poder público. Deste modo, tal projeto se propõe a substituir as atuais Semanas do Meio Ambiente, promovidas pelas prefeituras, que em pouco são realmente efetivas, e integrar as pautas socioambientais em uma programação diversificada de artes integradas dialogando com teatro, cinema, esportes e momentos de lazer, sempre voltados para uma formação cidadã.
SENA Porto Velho – jun/13
Assim como o restante do Fora do Eixo, a frente utiliza as midias sociais para difusão de várias campanhas virtuais, onde são divulgadas cartilhas e textos educativos pautando temas diversificados tendo como plano de fundo o Meio Ambiente.
Ainda este ano, algumas ações de maior evidência merecem ser pontuadas. Com a oportunidade e espaço aberto pela Fundação SOS Mata Atlântica dentro do Encontro Viva a Mata 2013, a frente realizou uma campanha de Pós Tv’s dentro da “Bolha Imobiliária” (Intervenção do Coletivo Basurama – ESP), com ações de educação ambiental para as pessoas que circularam no evento e com promoção de debates acerca de temas como Mineração, Desmatamento, Consumo Consciente, etc.
Durante o encontro, que ocorreu na cidade de São Paulo, dezenas de coletivos, organizações e ativistas atenderam ao convite do Movimento Brasil pelas Florestas e do Nós Ambiente para uma reunião ampliada, visando discutir o cenário dos retrocessos no campo socioambiental brasileiro e possibilitar formas de cada organização, campanha ou coletivo atuarem colaborativamente em uma rede de conexões ativistas socioambientais denominada Causa Comum.
A Rede Causa Comum agrega desde pequenos coletivos de base, como o Movimento Brasil pelas Florestas, Coletivo Pedra no Sapato, membros do Comitê Paulista Contra os Agrotóxicos; associações socioambientais; jornalistas independentes comprometidos com a defesa de direitos sociais e ambientais; o Movimento Xô Mineradoras;, VEDDAS Vegetarianismo, o Nós Ambiente – Fora do Eixo até grandes nomes no movimento ambientalista como Greenpeace Brasil, por exemplo.
Tal rede já vem atuando em algumas atividades e mobilizações tanto através de ciberativismo, como in locu, principalmente em São Paulo, onde surgiu e está tomando corpo e buscando maior amplitude em outros pontos estratégicos do país.
O Nós Ambiente, portanto vem trabalhando em busca de mobilização social em prol de Cultura Ambiental em diversos pontos do país. Movimentando-se como link entre grandes e pequenas organizações sociais que trabalham em prol do Meio Ambiente.
4. Referências
1- CARVALHO, S.H. Do desenvolvimento (in) Suportável à sociedade feliz. In Goldeberg, M (org). Ecologia, Ciência e Política – Coletânea de Textos. Rio de Janeiro: Revan, 1992.
2- GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (des) caminhos do meio ambiente. 4ª ed. São Paulo: Contexto, 1993.
3- LEFF, Enrique. Epistemologia ambiental. Tradução de Sandra Venezuela: revisão técnica de Paulo Freire Vieira. São Paulo: Cortez, 2000.
4- MCCORMICK, John. Rumo ao paraíso. A História do Movimento Ambientalista. Rio de Janeiro: Relume Durmará, 1992.
5- MINC, Carlos. Como fazer movimentos ecológicos e defender a natureza e as liberdades. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985.