A construção do Fora do Eixo nos campos culturais e políticos, suas metodologias, seus princípios e a forma com a qual se estrutura tem inspirado trabalhos e teses em diversas instâncias da academia tradicional. Ontem, Rodrigo Savazoni defendeu sua dissertação sobre a rede, na Universidade Federal do ABC.
Confira o infográfico e um trecho do texto apresentado à banca:
“LINHA DO TEMPO
Hoje, ao encerrar minha banca sobre o Fora do Eixo, a qual durou pouco mais de duas horas, reverberava em mim a necessidade de dizer algumas coisas sobre o escrutínio público a que essa gente boa de vários cantos do país foi submetida meses atrás. No período em que o Facebook foi turbinado por depoimentos de vários matizes, optei por uma espécie de silêncio obsequioso. Forcei-me a não fazer nenhuma consideração nas redes sociais, porque estava preparando um trabalho complexo, baseado em anos de convívio com a rede (especificamente desde o Acre, em 2007), e queria produzir um estudo à altura da essencial reorganização da luta político-cultural produzida pelo Fora do Eixo. Gostem ou não, a rede criada por essa moçada ousou e segue ousando. Minha dissertação não é um panegírico. Não é laudatória. Não é mirra nem incenso. É uma tentativa, honesta, de descrever e refletir; de assimilar que estamos diante de algo distinto do que tínhamos; de aceitar que certas coisas ainda precisam de nome e que estamos diante de formas de agir que ainda aguardam uma teoria que lhes explique; de saltos de consciência que denotam – a meu ver – uma busca sincera por formas outras de viver e sentir. É só o começo, como me disseram hoje os professores que avaliaram o meu trabalho produzido “à sangue quente”. O Fora do Eixo merece respeito, pelo que fez e pelo que irá fazer. E rogo que seja confrontado por uma oposição que o desconstrua pelos seus erros (todos cometemos), não por suas tentativas de acertar.”