Denúncias envolvendo Fora do Eixo tem cheiro de mentira

Por Rafael, publicado no Libero Social, em 27/08/2013

 

A poeira baixou e que fim levou o Fora do Eixo? A resposta é simples: estão nos mesmos locais, produzindo cultura, como sempre estiveram. Desde que o jornalista Bruno Torturra e o produtor cultural Pablo Capilé concederam uma entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, criticando a atuação da grande imprensa, uma avalanche de críticas caíram sobre o Fora do Eixo. Mas a que ponto devemos confiar nessas denúncias?

Nunca fui a favor a “tchurminhas moderninhas” que não tem um objetivo definido. De fato, nasci em outra época, mas nunca condenei quem prega o bem (e acredite, o bem tem vários lados). Contudo, a experiência me mostrou que essas “tchurminhas” promovem coisas muito boas e aprendi a observá-las com um olhar mais curioso. Não, não vou comentar sobre o consumo de drogas, porque não é este o caso que deve ser dicutido.

Descobri que muitos dos produtores e agitadores culturais conceituados estão ligados ao Fora do Eixo. Listei uma série de eventos culturais da cidade de São Paulo (onde vivo), que são desenvolvidos por pessoas ligadas ao Fora do Eixo. Mas não vou publicar, porque acho que o leitor deve estar mais atento a isso e não deve receber tudo mastigado, como uma “papinha de criança para adultos infantis”.

O leitor mais crítico, como de praxe, vai me crucificar porque não publiquei este texto antes, mas foi proposital. Queria descobrir até onde surgiriam “denúncias” nefastas contra o Fora do Eixo, de machismo a abuso sexual, muitas vezes me perguntei, ironicamente, se o Fora do Eixo não era um antro de terríveis criminosos. Não, com certeza não.

Em locais como O HUB São Paulo, ONGs, agências de publicidades ou mesmo nas calçadas do Avenida Paulista é possível encontrar “pessoas moderninhas”, que vivem em “casas moderninhas”, que fazem acontecer quando o assunto é cultura e desenvolvimento sustentável. São essas mesmas pessoas, de jeito “largadão”, tatuados, cabelos, coloridos e, acima de tudo, gente boa, que compõe o Fora do Eixo.

São profissionais competentes, de opinião firme e que, utilizaram do empreendedorismo e criatividade (palavras tão e voga no meio empresarial almofadinha), para criar as Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação, ou Mídia Ninja, que nos mostrou o verdadeiro jornalismo verdade durante as manifestações ocorridas em junho e julho.

O fato é que depois da entrevista do Capilé e do Torturra, no Roda Viva, quando ele deferiram várias críticas aos veículos jornalísticos, esses mesmo veículos se incomodaram com as verdades ditas naquele programa e sentiram na pele, literalmente, o “dedo na ferida”. O que causou um alvoroço entre os jornalistas, que estão acostumados a verem o “circo pegar fogo” nos governos ou nas empresas.

Portanto, acredito serem infundadas as críticas e denúncias ao Fora do Eixo, que não passa de uma grande república, na qual os moradores de ajudam mutuamente financeiramente, profissionalmente e o mais importante, fazem o que gostam.

Mesmo que as denúncias sejam verdadeiras, as pessoas que estão nas Casas Fora do Eixo estão lá porque querem, não estão obrigadas a estar lá e nós temos nada a ver com isso. Não podemos nos intrometer no jeito que elas vivem, se elas podem ir embora a hora que quiserem.

Por fim, quero dizer que não sou um correligionário do Fora do Eixo, só acho muito estranho, o quanto colocaram essa rede coletiva, que promove tanto desenvolvimento cultural numa fogueira de interesses, que só beneficia uma imprensa permissiva, governos corruptos e empresas má intencionadas.

Autor – Rafael Sampaio é administrador de empresas, paulistano, morador do centro, próximo a Praça da República, tem 63 anos, avesso as redes sociais e possui olhar crítico aos detalhes da cidade. É tido como reacionário, mas não se considera um.

 

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